A chegada do Benicio_parte 2: a nova trirotina

Sempre que nasce uma criança, se espera que o casal/família repense suas rotinas para a vida com este novo membro. No nosso caso, quando chegou o terceiro até pensamos e repensamos como seria a nova rotina com o Benicio, nosso primeiro menino, um recém nascido com todos os cuidados necessários, uma mãe em recuperação, enfim, aqueles preparativos físicos e emocionais que até já comentei por aqui (O que um bebê precisa? Reflexões de um terceiro enxoval)

Esperávamos que a nova rotina estivesse carregada de novas emoções para as trimanas: desde que o Benicio chegou parece que um avalanche passou na cabeça desta dupla, ninguém esperava que não fosse assim. Um festival de “mamãe e papai, por favor, dá atenção só para mim?”. Esta fala pode sair da boca de qualquer uma, sem exceção, com algumas nuances diferentes conforme a faixa etária. Acho que as cenas que descrevo podem ilustrar.

Cena 1: a Trimãe amamentando na cama, ainda com os pontos, com dificuldade de se levantar rápido, eis que surgem os pedidos: quero água, fiz cocô e não tem papel, quero mamá, lê para mim, … E quando o pedido é “quero colo” e tem outro no colo? Ou mesmo “fica aqui comigo?” quando o bebê está chorando há alguns minutos?

Pós-parto nada glamouroso

Cena 2: a Trimãe já mais inteira, sem pontos, resolve dar o banho no Tribaby antes das maiores chegarem da escola, afinal o menino merece uns minutos de protagonismo, de banho sossegado sem gritos, correrias e vozes dizendo sem cessar frases do tipo “posso ver?”, “posso ajudar?”ou “posso botar a meia?”. Bom, tudo pronto, quarto quentinho, banheira posta, roupas separadas, Benicio já semi-pelado, sendo limpo quando a porta se abre, a galera entra correndo, Sofia com um croissant na mão, tropeça, cai o pão na água,  a porta ficou escancarada, Marta entra atrás do uma pasta de dente na mão com intenção de passar no irmão e para culminar o Tribaby desnudo começa a fazer xixi pegando na Marta que começa a chorar no primeiro minuto e logo pega a toalha de banho do rapaz dizendo “eu limpo!”.   

Cena 3: Trimãe amamentando (sim, isso é o que tenho feito acho que umas 12 horas do dia_ meninos mamam demais!) e a dupla correndo, brincando, pulam na cama onde está rolando o mamá e a pequena quase cai encima do baby. Ela chora de susto e ele também, ninguém, se machucou.

Marta com cara de desentendida

Cena 4: Benicio dormindo, 21:30, este dia iria contar a história para elas, pensando que no máximo em meia hora já estariam dormindo e eu na minha cama. Ilusão define. Marta não dorme, pede mamá, pede mais história, Sofia dorme, Benicio acorda, vou atrás do bebê que estava no meu quarto, Marta vai atrás, Ítalo tenta levar ela de volta e ela berra.

Marta no auge de sua adolescência aos dois anos

Tudo isso para ilustrar que nem sempre sabemos como será a chegada deste bebê embora  planejemos. Tendo mais filhos esse planejamento se torna ainda mais incerto. Vai ter ciúmes, reajustes, mais reajustes e mudanças. Todos serão participantes desta mudança que exige que cada um encontre, dentro da sua condição, a melhor maneira de viver a nova configuracação.  

Sofia, tem se debruçado no seu encantamento pela letras, cadernos, estojos e preparações mil para o primeiro ano na escola grande, ao mesmo tempo descobrindo como ser irmã mais velha querendo ainda ser o bebê filha única. Marta, vivendo intensamente sua adolescência da infância, querendo só usar saia ou vestido, querendo suco quando oferecem água e água quando oferecem suco, testando limites , descobrindo sua autonomia e independência e lutando para manter o lugar bebê da casa.

Nisso tudo, tenho lido e estudado para tentar fazer o melhor em meio ao cansaço, não das noites mal dormidas (Benicio estufa umas 4 horas de sono) e sim de toda esta gestão emocional. Cansa demais negociar está saia ou ler a história antes de dormir quando na verdade a vontade é de tomar um banho demorado em silêncio. Italo tem apoiado demais, desde quando acorda e passa aquele café milagroso até aquele último gás do fim do dia. Temos muito o que aprender e vai valer a pena.

Quando se é mãe de primeira viagem dá aquele medo de sair sozinha com o bebê. Eu, sendo Trimãe, confesso que ainda me sinto insegura de ficar sozinha com os três, parece que falta braço, e pernas e sobram mãos pequenas, pés minúsculos e pés fofos.

Pés da Marta, pés do Benicio e mãos da Sofia

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